Imagem: Internauta

Reportagem: Hely Beltrão

Moradores enviaram fotos à nossa redação, denunciando o acúmulo de lixo em uma residência na Rua Seis, no bairro Papagaio. Ainda segundo os moradores, além do mau cheiro, o lixo tem trazido insetos, ratos e outras pragas.

A nossa reportagem questionou o diretor de Limpeza Pública, João Marcelo, a respeito das providências que podem ser adotadas pela Prefeitura. Em resposta, ele nos disse que este problema é resolvido com um trabalho conjunto entre secretarias.

"A Prefeitura pode tomar uma ação, inicialmente comunicar ao pessoal da Saúde, o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), porque essa questão do acúmulo de lixo está relacionada a Síndrome de Diógenes, é um problema psicológico, e comunicar a SEDESO (Secretaria de Desenvolvimento e Ação Social) para que eles nos auxiliem nessa questão, a saúde entra com o CAPS para fazer o tratamento psiquiátrico, a SEDESO com a ação social, uma equipe irá até o local para conversar com a pessoa para ela entenda que o material tem de ser retirado justamente para não causar um mal pior à saúde dela e dos vizinhos, nós, como departamento de limpeza, só entramos para fazer o recolhimento a retirada do material".

Passamos o endereço e as fotos para o diretor de limpeza pública João Marcelo para que as ações possam ser tomadas pela Prefeitura.

A psicóloga Iris Santana, explica aos nossos leitores  o que é a Síndrome de Diógenes, doença que leva as pessoas ao acúmulo desnecessário de lixo.

"Síndrome de Diógenes ou Transtorno de Acumulação, é uma quebra na rejeição dos padrões sociais, normalmente as pessoas que têm esse transtorno, apresentam extremo descuido com a higiene pessoal, negligência com a própria limpeza e com a condição de moradia, além disso, podemos observar também, frequentes comportamentos de isolamento social e paranóicos, sendo frequente a resistência em descartar esses itens, e estamos falando de uma situação de extrema negligência. Essa doença traz um comprometimento na saúde do paciente, justamente pelo ambiente em que esse sujeito vive, normalmente, as pessoas  adquirem ou coletam objetos e descartam como lixo, pessoas com a síndrome fazem essa aquisição e não descartam, não importando se os itens são inúteis, perigosos ou insalubres, essas pessoas sempre pensam que vão precisar daquilo, a pessoa vai guardando para utilizar em um momento oportuno, isso vai gerando um grande acúmulo de lixo, diminuindo a sua própria mobilidade, interferindo diretamente nas atividades básicas, como tomar um banho, limpar e cozinhar. Essa síndrome traz evidências que são fatores, tantos sociais, como biológicos psicológicos e psiquiátricos que vão interferindo no seu desenvolvimento, por isso que é importante fazer o tratamento, que é feito através de políticas públicas, com intervenções psiquiátricas com os médicos e psicossociais com os profissionais da Psicologia e do próprio Serviço Social, que, de maneira intersetorial, interdisciplinar e multidisciplinar, trabalhar para auxiliar esse sujeito a se tratar e diminuir o acúmulo dos itens", concluiu.

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