Imagem: Internauta

Reportagem: Hely Beltrão e Berinaldo Cazumbá

Aconteceu na manhã desta quarta (17) um protesto organizado por carroceiros em frente a Prefeitura Municipal de Feira de Santana, bloqueando e interrompendo o trânsito entre o cruzamento da Avenida Sr. dos Passos com a Getúlio Vargas.

A motivação do protesto se dá por conta da Lei Municipal nº 4.194/2023, de autoria do vereador Pedro Américo (UB) e sancionada pelo prefeito Colbert Martins (MDB), que estabelece medidas para a retirada gradativa de veículos de tração animal (VTAs) das vias e logradouros públicos da zona urbana do município. Veja no vídeo abaixo.


Ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM, Mestre Paraná, diretor da entidade que representa os carroceiros, diz ser contra esse tipo de protesto, que deveria ser feito de outra forma.

"Não estamos de acordo em fazer esse tipo de manifestação, a proposta do sindicato foi que todos fossem sem carroça, agendar com o poder público e levar as nossas demandas e projetos. Foram à frente da Prefeitura fazer bagunça, isso não existe. Não adianta fechar a cidade, para que depois digam que o carroceiro é bagunceiro. Desse jeito, tenho certeza que nem o prefeito e nem o secretário nos atenderão".

Reivindicação da categoria

"Solicitamos um treinamento no que se refere a padronização das carroças, convênio para utilização de veterinários e educação para que os carroceiros não deixem animais soltos na rua, essas são as nossas reivindicações, mas do jeito que está acontecendo não vai dar certo".

Com relação a padronização das carroças, que foi feito antes e não deu certo, Mestre Paraná afirmou que isso aconteceu porque não foi feito conforme projeto.

"Não deu certo porque na época não atenderam nosso projeto. O carroceiro atualmente pega mais material reciclável, não como fazia antes com madeira. Hoje pega o material reciclável, leva para o ponto e segue destino, essa é a ideia", concluiu.

Em nota enviada à imprensa, o vereador Pedro Américo afirmou que não vai recuar e que os maus tratos a animais tem que acabar.

Autor do projeto que visa a retirada gradativa de veículos de tração animal do centro urbano de Feira de Santana, o vereador Pedro Américo reafirma que a lei é necessária não só para a proteção dos cavalos que puxam as carroças, mas também para tirar os carroceiros deste subemprego.

No projeto do vereador, além de sanar os maus tratos presenciados quase que diariamente aos animais que puxam veículos de tração e os abandonos destes, quando não conseguem mais exercer o serviço exigido pelos condutores, o parlamentar também inclui o cumprimento de políticas públicas de educação, capacitação profissional e transposição dos condutores para outras atividades econômicas em Feira de Santana.

“Entendo que esta política pública, além de uma ação de combate aos maus-tratos contra os animais, constitui-se como decisão correta em diversos outros aspectos. Enviamos a diversas secretarias do município ofícios indicando que deve haver uma força tarefa para garantir a oferta de alternativas que retirem da informalidade trabalhadores que utilizem carroças. É uma ação de combate ao subemprego que coíbe a condução desses veículos por crianças e adolescentes - flagrados em desobediência à legislação de trânsito e à legislação de proteção à infância e adolescência e reduz problemas de congestionamentos e acidentes causados por carroças”, defende Pedro Américo. 

O vereador informa ainda que algumas construtoras, madeireiras e empreendimentos ligados a entulho utilizam do trabalho informal dos condutores para pagar menos pelo serviço prestado, sem garantia de segurança ao condutor, muito menos aos animais. “Não fizemos um projeto pensando em um só lado. Visamos defender os animais e os trabalhadores. O projeto é repleto de alternativas que visam solucionar esses problemas e continuaremos lutando para que o Município cumpra com rigor o que foi aprovado na Câmara Municipal”, afirma o edil.

De acordo com a lei em questão, serão 4 anos em que o Município poderá cuidar tanto dos animais após a retirada das carroças, quanto das famílias que dependem deste serviço.

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